segunda-feira, 20 de abril de 2020

Hino da CiaReconTer



Canção da Companhia de Reconhecimento Terrestre
(CiaReconTer)
Autor: 3ºSG FN IF EP Nascimento
I
Esta é a companhia ReconTer
No cumprimento da sua missão
Bis                       Nosso “lema” é chegar primeiro
Colher dados verdadeiros
Reportar à Divisão.
II
Soldados Fuzileiros
Clandestinos patrulheiros
Sigilosos na infiltração
Levaremos nossa Bandeira
Além fronteiras da nossa Nação.
III
Somos soldados valentes,
Fiés combatentes
Com a carta na mão
Vindos do Mar, ou por Terra
Daremos a vida por nossa missão.
IV
Esta é a companhia ReconTer
Vencendo a praia, na arrebentação
Não importa como esta se apresente,
Chega silenciosamente, na Embarcação.

sexta-feira, 17 de abril de 2020

quarta-feira, 15 de abril de 2020

Relato de um combatente


Memória de um Combatente

“Aprendi muito com os recrutas. Aprendi a singeleza do Fuzileiro Naval que vem do nordeste, vem do interior, vem do sul de onde seja e lá todos são nivelados na mesma ordem e no respeito. Um Cabo FN tinha mais respeito do que tem hoje um magistrado. Respeitado pelo conhecimento, nunca por medo. Então eu aprendi a grande diferença do mandar para o comandar.” Contra-Almirante (Refº FN) Giovanni Gargiulo

        Conheci o Almirante (FN) Giovanni em 1985, quando eu era aluno do Curso de Comandos Anfíbios - CESCOANF/85 do Batalhão de Operações Especiais - BTL TONELERO e estávamos em exercícios na Região de Canguçu - RS. O Almirante (FN) Giovanni nesse período era o Comandante da Tropa de Reforço.
        Nessa época, a Marinha do Brasil adquiriu da empresa israelense Tadiran, um lote de equipamentos de comunicações via ondas de rádio que cobriam os espectros eletromagnéticos de HF [high frequency] e VHF [very muy frequency] para mobiliar as telecomunicações de campanha do Corpo de Fuzileiros Navais. Com isso,  algumas unidades do Corpo de Fuzileiros ainda não tinham pleno conhecimento desses equipamentos de comunicações da Tadiran (Israel). Esses instrumentos de comunicações eram equipamentos modernos na época, pois incluíam entre estes circuitos, um sistema de sintonia automática, totalmente digital, cujos circuitos eram gerenciados e controlados por um microprocessador.
            O Batalhão tinha dificuldades com apoio de pessoal na área de comunicações nos cursos de Comandos Anfíbios. Nessa missão, no Rio Grande do Sul, foi como encarregado do material de comunicações um Sargento que infelizmente desconhecia esses equipamentos.
Mesmo sendo aluno, fui procurado pelo SG Nonato, Enfermeiro e Comandos Anfíbios, conhecido com o apelido de “Miudinho” determinando que eu ajudasse o SG FN CN X a montar um evento e fazer uma demonstração para o Almirante. O SG FN CN X foi honesto e me informou que “não conhecia nada” do equipamento.
Desse modo, organizamos as nossas Rede Rádio com dois equipamentos para cada rede, de longa e curto alcance, e  ficamos aguardando o Almirante. O Sargento X informou que eu, aluno do Curso de COMANF iria apresentar para o Almirante a Rede de comunicações, então eu disse: “OK”. Quando o Almirante chegou com sua equipe, apresentei-me como o aluno 28 e ele perguntou-me: “Qual é o seu nome?” Eu então,  respondi prontamente: “Leopoldo”. Ele então me chamou pelo nome e não pelo meu número de aluno e questionou: “Leopoldo, isso funciona?” Eu respondi, sem nenhum receio que SIM, pois nunca fiquei constrangido com as autoridades, talvez a espontaneidade e forma natural de lidar com essas pessoas me ajudava a superar qualquer desafio imposto sem preciosismo e tão pouco vaidade. Após a minha afirmação ele observou que havia duas antenas improvisadas e perguntou também se as antenas faziam parte dos rádios. Afirmei a ele que não eram improvisadas, que o “BAGULHÃO e PÉ DE GALINHA foram montadas por mim. Ele educadamente pediu que eu fizesse uma chamada e pra surpresa de todos ali envolvidos o Rádio estava na Rede Operativa da Marinha, eu me identifiquei como sendo do Batalhão Tonelero e na primeira chamada o SALVAMAR de Brasília entrou na frequência. Na comunicação informei que era uma unidade do Batalhão Tonelero em Operação no Rio Grande do Sul e estava fazendo um teste Radio, e só. Terminei a demonstração com as redes de alcance menores e encerrado a nossa apresentação, ele agradeceu e falou novamente meu nome: “Obrigado Leopoldo”.
Olhei para aquele homem, não como um aluno amedrontado, pois nunca fui assim, mas o que destaco aqui é que o tratamento que o Contra-Almirante (Refº FN) Giovanni Gargiulo teve com um simples aluno CB CN me motivou a continuar o Curso e me sentir importante para a Marinha do Brasil e que poderia superar qualquer desafio. Eu tive a certeza que estava diante de um grande líder. Termino meu relato com uma frase que retrata essa experiência: “A maior habilidade de um líder é desenvolver habilidades extraordinárias em pessoas comuns” Abraham Lincoln.

Cordialmente,
Leopoldo João de Albuquerque Ramos
Fuzileiro Naval Comandos Anfíbios

sexta-feira, 3 de abril de 2020

Relato do SG Leopoldo


 Operações de Reconhecimentos
Texto escrito pelo 3º SG FN CN Leopoldo
Em 1984 no Período de 21 a 30 de março teve início as nossas SUBEX-REC-I
NA REGIÃO DA MARAMBAIA-RJ. O/S 0028/84 do Batalhão de Comando da Divisão Anfíbia.
Com os seguintes adestramentos: 
1-         Natação de combate e natação utilitária.
2-         Orientação de longo percurso.
3-         Técnicas Especiais de emprego de aeronaves (MC GUIRE, Rapel, Orientação de Aeronaves, equipe de Manobras, ZD - zonas de Desembarques, EVAN, Salto N’água, lançamento de cargas com meios expeditos, infiltração e extração de patrulha e Observação da Área).
4-         Operações com Embarcações, utilização de EDCG, para lançamento de Equipes, Manobras com SUBMARINO (EMBARQUE, TRAVESSIA SUBMERSA, E DESEMBARQUE).
5-         Infiltração e Extração de Patrulha diurna e noturna,
6-         Tiro com luneta, tiro instintivo, diurno e noturno e Pista de acuidade. (VISUAL ÓTICA, OFATIVA e AUDITIVA).
7-         Reconhecimento de Praia, SUROB. Reconhecimento de itinerário. Reconhecimento de zona; Reconhecimento de área.
 
Esse modelo de adestramento teve início em 1983, no inicio do ano letivo e se fez completo no ano de 1984 com o emprego de todas as forças Navais, especialmente a Força de submarino, com os seguintes exercícios: EMBARQUE, TRAVESSIA SUBMERSA, E DESEMBARQUE, Esse tipo de embarcação que possibilita atacar alvos sem ser visto, levou um nível de adestramento e conhecimento aos nossas Combatentes, mantendo e atualizando seus conhecimentos de normas a bordo desse tipo de embarcação, com isso contribuindo para a eficácia do exercício. 
EMBARQUE, TRAVESSIA SUBMERSA, E DESEMBARQUE.
A Missão com suas características e composta de TAREFA e PROPÓSITO que facilitam a compreensão do ambiente operacional, inimigo, terreno e meios. Inclui as tarefas associadas à vigilância e ao reconhecimento e é orientada pelas necessidades de informação do comandante. Mais do que a recolha e obtenção de informação, é um processo contínuo que envolve a análise do material recolhido de todas as fontes e a condução de operações que visem o desenvolvimento da situação.
Foi com esses Objetivos que o nosso Comandante; Lucio de Souza Almeida, junto com seu subcomandante, Cosme José Alves. Idealizaram todos os exercícios no início do ano, Habilitando todos seus efetivo a cumprir as tarefas de Reconhecimentos.
As operações de reconhecimento terrestre são operações executadas para obter através de observação visual ou outros métodos de detenção, dados sobre o inimigo, condições meteorológicas, geográficas, hidrográficas ou populacionais de determinada área.  Estas operações são realizadas antes, durante e depois de outras operações recolhendo informações para auxiliar o comandante a formular, confirmar ou alterar as suas modalidades de ação no OBJETIVO.
São quatro os tipos de operações de reconhecimento:
1 - Reconhecimento de Itinerário; Item 07 da O/S 0028/84; 
2 - Reconhecimento de Área;
3- Reconhecimento de Zona; 
4- Reconhecimento em Força.
Como o reconhecimento em força é uma missão executada por unidades de combate a CIA RECONTER não fazia esse tipo de adestramento.
1-Reconhecimento de Itinerário.
Este tipo de reconhecimento orienta-se por uma linha de comunicação específica quer seja uma estrada ou uma linha de caminho de ferro. Fornece informações atualizadas sobre obstáculos, classificação de pontes e atividade civil e inimiga ao longo do itinerário. Este reconhecimento inclui não só o próprio itinerário, mas também o terreno adjacente, pois pode influenciar o movimento das nossas forças.  No Reconhecimento de itinerário tinha um empecilho que foi resolvido facilmente pelo o SG Barroso, topografia nas veias, nos orientou da seguinte maneira: Na geometria diferencial, o raio de curvatura, R, é o recíproco da curvatura. Para uma curva, é igual ao raio do arco circular que melhor se aproxima da curva naquele ponto. Em seguida ensinou-me um método expedito onde o elemento de reconhecimento TERRESTRE em combate resolveria com facilidade sem tantos cálculos, esse ensinamento do Joaquim Barroso, SARGENTO BARROSO, facilitou depois, com a entrada de novos meios de Comunicações da Tadiran o TMD-TERMINAL DE MEMORIA DE DADOS as nossas transmissões. Esta missão é normalmente atribuída quando um comandante quer utilizar determinado itinerário para o deslocamento da sua força. Cada pelotão de reconhecimento só tem capacidade para reconhecer um itinerário de cada vez.
No Item 01 os nossos exercícios era focados de Técnicas Especiais de emprego de aeronaves (MC GUIRE, Rapel, Orientação de Aeronaves, equipe de Manobras, ZD - Zonas de Desembarques, EVAN, Salto N´água, lançamento de cargas com meios expeditos, infiltração e extração de patrulha, e Observação d Área, com isso os nossos Combatentes faziam um reconhecimento detalhado do itinerário então era essencial no reconhecimento terrestre, o uso de meios aéreos que torna a missão mais rápida. Os meios aéreos conseguem também identificar zonas sem inimigo e obstáculos, permitindo à força de reconhecimento terrestre concentrar-se na sua tarefa principal.
2- Reconhecimento de Área
As áreas a reconhecer são normalmente porções ou características do terreno que possam influenciar as operações militares como povoações, linhas de alturas ou aeródromos. Contudo, podem também ser orientadas para um único ponto como uma ponte ou uma instalação. Neste tipo de operação, apesar de não ser o objetivo reconhecer o itinerário, é definido um itinerário de deslocamento para chegar à área de operações. O reconhecimento de área visa recolher informações sobre uma determinada área. 
3- Reconhecimento de Zona
Ao contrário do reconhecimento de itinerário que é orientado para um itinerário, o reconhecimento de zona procura recolher informações sobre todos os itinerários, obstáculos, terreno e forças inimigas numa zona específica. Com isso os nossos exercícios de Orientação de longo percurso, nos dava essa possibilidade de no próprio itinerário das pistas, fazermos esse tipo de Reconhecimento.
OBS> Um reconhecimento de zona pode incluir vários reconhecimentos de itinerário.
Para cumprir tais  missões de reconhecimento  a CiaReconTer foi moldada de forma  a  ter garantidas  as  seguintes possibilidades: - realizar infiltrações   em  território Inimigo,  ou  infiltração (MILITAR  operação de  retirada  do  território inimigo) pelos  meios aéreo, terrestre e Naval.
Leopoldo João de Albuquerque Ramos.